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Crise coronavírus: dúvidas e medos da alma

Aqui em Berlim, uma das consequências das medidas contenção na crise coronavírus, são os crescentes protestos contra elas. Muitos especialistas, associam essa reação ao medo e as dúvidas que brotam diante de uma situação nova. Muitos protestam inconscientemente pelo temor de as coisas jamais voltarem a ser como antes. O fato é que protestando ou não, muitos acreditam que a saúde mental das pessoas mudam em crises como esta, que não sabemos quando nem como irá terminar.

Como a saúde mental mudou como resultado da crise coronavírus

Aumento da violência doméstica, corrida para comprar papel higiênico, pessoas mais agressivas nas ruas, e o medo coletivo, são algumas das evidências de que alguma coisa mudou.

Algumas pesquisas foram realizadas por questionário, na Alemanha, e nos resultados, ficou muito claro que especialmente os distúrbios de ansiedade, depressão e outros problemas psicológicos aumentam com o isolamento social.

Por outro lado, a onda de solidariedade e também a consciência aguçada dos perigos na população em geral também ajuda algumas pessoas.

Pessoas procuram menos a emergência durante a crise coronavírus

Em muitos hospitais em Berlim, camas originalmente destinadas a outras doenças, como por exemplo, pacientes com doenças mentais foram convertidas em camas para tratamentos Covid-19. Isso foi, em média, cerca de um quarto, pois as pessoas temem procurar um hospital durante uma crise neurológica, por exemplo e contrair coronavírus.

O mesmo aconteceu com pacientes cardíacos, ou mesmo com derrames tendem a ficar em casa por muito tempo porque têm medo de serem infectadas.

Número de suicício sobe durante a crise coronavírus

Muitos acreditam que o medo de contrair a doença pode ser tão terrível ao ponto de levar a pessoa a tirar a própria vida. No entanto, é realmente de se temer que o isolamento social e os problemas econômicos levem também a um aumento das taxas de suicídio, o que, infelizmente, tem sido documentado e é muito triste.

Houve, por exemplo, um aumento muito acentuado das taxas de suicídio na Grécia durante o período de austeridade, e também houve aumentos acentuados na União Soviética com o fim do sistema, quando os meios de vida social entraram em colapso. Muitos jovens enfrentam conflitos que levam à redução da expectativa quanto ao futuro.  Outro problema bastante comum e que deve ser incluído nas causas que influenciam as ideações são os bullying recorrentes.

Ou seja, é preciso ter cuidado: os motivos para o suicídio são sempre muito complexos. A maioria dos suicídios é um problema muito profundo, com várias causas. Especialmente a situação atual significa que devemos prestar atenção aos sinais de alerta aos nossos vizinhos, a fim de conseguir ajuda profissional, se necessário.

Falta do contato social

Sem dúvidas as medidas de isolamento social nos tirou algo que nos conforta. O contato físico, o abraço dos amigos, o convívio social.

Muitas pessoas estão ficando cada vez mais irritadas e sentem falta de seus contatos sociais. Há também um aumento de telefone e videoconferência desnecessários, o que torna o tempo de lazer cada vez mais escasso. Existe uma tensão na sociedade.

Isso agravado com o resultado econômico: falências e desemprego, causariam um grande problema com conseqüências psicológicas.  Ainda para piorar a tensão, muitos temem uma segunda onda de infecção, que segundo os especialistas, ela é quase certa de acontecer.

A reação de negação ao coronavírus

Em outra parte da população há um cepticismo em relação a crise coronavírus, e com ele o combate às medidas restritivas sociais.

Muitos atribuem esse fenômeno a forma que a informação é transmitida.  Alguns meios de comunicação representam uma certa visão política. A partir daí muitas teorias conspiratórias se desenvolvem e se espalham rapidamente pela sociedade, que não acredita no governo como seus aliados.

Mas como é que algumas pessoas espalham teses completamente absurdas?

O psiquiatra do hospital Charité em Berlin, Andreas Heinz nos explica:

“Eu acredito que todas as pessoas tendem a ser persistentes em suas crenças básicas. E quando é teimosamente reivindicado contra todas as provas, então dizemos que é ilusório. Mas costumamos dizer que quando ocorre isoladamente, gira em torno da pessoa em questão e por si só explica experiências peculiares com ela.

Há 70 ou 80 anos, as pessoas diziam que havia um corpo folclórico alemão e pragas que poderiam ser chamados de judeus. Mas então você olha para isso hoje e pensa que isso é completamente ilusório e malicioso. No entanto, naquela época uma grande parte da população acreditava nela e agiu de acordo ou pelo menos não se opunha ativamente a ela. Acredito, infelizmente, que a capacidade de adotar e defender hipóteses peculiares, ao contrário do que tem sido comprovado, é uma habilidade humana básica. Não adianta dizer que o racismo ou outras ideologias é causa patológica.

A doença mental não deve ser fixada no fato de alguém teimosamente ter a convicção de que uma grande parte do mundo não compartilha.

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